Antes de decidir pela paralisação os professores foram à sessão da Câmara pedir apoio dos vereadores
CABROBÓ - O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Cabrobó - Sintec e o Sindicato dos Servidores Públicos de Cabrobó - Sindsemc comunicaram ontem (16) ao secretário municipal de Educação Kaio Alves e ao prefeito Galego de Nanai (Avante) que os professores da rede municipal farão uma paralisação das atividades na próxima segunda-feira (21).
A atividade inclui manifestações em frente à prefeitura durante o dia e na Câmara Municipal à noite, quando haverá sessão ordinária dos vereadores.
Os professores reivindicam do prefeito o cumprimento da Lei do piso salarial nacional 2022 para os servidores da educação ativos e inativos e pensionistas, em níveis de classe, de acordo com o Plano de Cargos e Carreiras. O novo piso definido pelo governo federal foi reajustado em 33,24%.
Os dois sindicatos esperam "respostas que atinjam os anseios dos profissionais de educação do município" e contam com o "reconhecimento da importância da categoria".
Rosineide: Os professores estão angustiados, não aguentam mais esperar
A cena que se viu ontem (14) na tribuna da Câmara Municipal de Cabrobó retratou o desesperos dos professores do município que reivindicam o aumento de 33,24% do piso salarial dos profissionais de educação, estabelecido pelo governo federal através da portaria no dia 4 de fevereiro.
Em sua fala a presidenta do Sintec - Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Município de Cabrobó, Rosineide Gomes fez um apelo ao prefeito Galego de Nanai (Avante) para que ele apresente a proposta do Executivo e "respeite os professores", pagando o reajuste do piso (33,24%) de acordo com a tabela do PCC (Plano de Cargos e Carreiras).
Rosineide afirmou que ela e as companheiras professoras foram à sessão da Câmara pedir apoio aos vereadores da situação, já que os de oposição já haviam se manifestado favoráveis ao novo piso. "A oposição já está fazendo a parte dela, agora cabe a vocês vereadores da situação fazerem a de vocês, e vocês podem fazer muito", suplicou, sob aplausos.
"Até agora não há nenhuma resposta do prefeito. Não podemos retroceder, merecemos respeito. Só tivemos uma reunião com o prefeito, no último dia 14 de janeiro e até hoje esperamos uma proposta dele e nada." desabafou.
Com 45% das intenções de voto, Lula supera a soma de seus possíveis adversários
O ex-presidente Lula (PT) lidera as intenções de voto para a Presidência da República e pode vencer a eleição deste ano no primeiro turno, de acordo com a pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (9).
Do total de eleitores entrevistados, 45% declararam intenção de votar em Lula. Em segundo lugar vem o presidente, Jair Bolsonaro (PL), com 23% das intenções de voto.
Mais distantes ainda estão o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) e o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), ambos com 7% das intenções de voto; o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o deputado federal André Janones (Avante-MG), com 2% cada. Já a senadora Simone Tebet (MDB-MS) tem 1%.
O salgueirense João Arnaldo não deixou barato: "É inadmissível que o presidente da República volte seu preconceito contra quase 57 milhões de pessoas e continue impune --- Foto: Folha PE
O salgueirense e pré-candidato a governador de Pernambuco pelo PSOL, João Arnaldo Novaes, acionou o presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), por conta de declarações preconceituosas contra o povo nordestino, proferidas durante uma live no dia 3 de fevereiro.
O presidente havia se referido aos nordestinos como “pau de arara” e na oportunidade ainda errou o local de nascimento de padre Cícero Romão Batista, atribuindo-lhe naturalidade pernambucana.
Na ação, o advogado e pré-candidato destaca que Bolsonaro incorreu em crimes previstos no Art. 20 do Código Penal: "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Pena: reclusão de um a três anos e multa.
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza: Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa".
Morreram até o presente momento mais de 630 mil pessoas vítimas de covid-19
Por Marcelo Silva de Souza Ribeiro
Uma preocupação vital para os gregos antigos era não ser esquecido. Mais do que temer a morte propriamente dita, ser apagado da história e não estar na memória das gerações futuras constituíam os reais sentidos de uma vida virtuosa para os helênicos. Dessa experiência cultural, decorreu a invenção do “herói trágico” que, padecendo na batalha renascia como um herói.
Como nós brasileiros lidamos com a memória? Como lidamos com os acontecimentos históricos? É dito em adágio popular que o brasileiro tem memória curta e que, mesmo passando por agruras, esquece logo o que aconteceu. Seriam, portanto, naturalmente típicos de cada cultura esses modos de lidar com a memória e com os acontecimentos históricos ou algo construído socialmente e mediados pela dimensão política? As mediações políticas no Brasil têm contribuído com os apagamentos de nossas memórias e reforçado aquela outra máxima de que um povo sem memória é um povo sem história?
Sobre esse e outros modos de viver a vida, principalmente em relação a memória, aos acontecimentos e aos sentidos da existência, a humanidade tem experimentado variadas possibilidades de convivência ao longo da história.
Com a pandemia, mais especificamente com o “genocídio” provocado pelas políticas no governo Bolsonaro em relação a minimização da covid-19 chamando-a de “gripezinha”, com o financiamento e a difusão de medicações ineficientes, o chamado “kit covid”, e em relação ao holocausto do experimento “efeito manada”, sobretudo o que ocorreu na região norte do país e mesmo com toda a insistente posição antivacina, ainda que dúbias, morreram até o presente momento mais de 630 mil pessoas, sendo que um número considerável poderia ainda estar viva e ao lado dos seus entes queridos.
Paulo afirmou que o prefeita deixa os problemas se acumularem e prejudica a população
CABROBÓ - O vereador Paulo Gonçalves (PDT) fez duras críticas ontem (7) ao prefeito de Cabrobó Galego de Nanai (Avante), durante a 4ª sessão legislativa da Câmara Municipal. Segundo o parlamentar, a atual gestão está deixando a desejar na área de serviços urbanos e tem prejudicado constantemente a população dos bairros da periferia e do centro da cidade.
"O prefeito está deixando os problemas se acumularem para depois fazer mutirões e tapa-buracos, dando a impressão de que está trabalhando, mas na verdade é só propaganda", denunciou. Ele citou exemplos de vias púbicas que permanecem desassistidas pela prefeitura, como o acesso que liga os bairros Subestação e Beira do Rio.
"É um absurdo essa falta de cuidado. Trago aqui um apelo da população, porque é impossível transitar em algumas vias de Cabrobó devido à quantidade de buracos nas ruas que não são calçadas", afirma Paulo.
De acordo com o vereador, o modo de operar de Galego de Nanai está "totalmente errado e prejudica a população. Ele deixa essas vias sem assistência durante cinco ou seis meses e depois aparece com mutirões, tapa-buracos e filmagem com drone para fazer propaganda nas redes sociais. Eu acho que está na hora do prefeito ter mais respeito com o povo de Cabrobó", disparou.
Nova concha acústica: Auditório municipal e ausência de equipamentos para exercícios físicos
O prefeito de Cabrobó Galego de Nanai (Avante) postou hoje (01) em sua página pessoal do Instagram imagens de uma maquete em 3D com projeção de uma nova concha acústica para a cidade.
As imagens apresentadas sugerem uma obra moderna, com nivelamento do terreno ao lado da avenida João Pires, a principal de cidade. A nova concha contará também com um auditório, sinalizado inicialmente como "auditório municipal".
Uma quadra poliesportiva cercada preenche a área destinada aos esportes, porém os equipamentos do projeto inicial da concha, destruídos ao longos dos anos, não serão revitalizados nem substituídos, de acordo com o vídeo.
A julgar pelo desenho, o local sofrerá uma intervenção radical e a obra será construída do zero. As principais mudanças e benefícios são o reposicionamento dos equipamentos e a chegada do auditório.
O projeto, no entanto, mostra-se incompleto ao não considerar a cobertura do palco da concha. Levando-se em conta que Cabrobó é uma cidade de altas temperaturas e forte presença dos raios solares, será praticamente impossível imaginar qualquer evento no local durante o dia.
Segundo o prefeito o projeto "não está totalmente pronto e haverá alterações", o que leva a crer que essas falhas poderão ser corrigidas. Na postagem, Galego informou ainda que os quiosques que atualmente fazem parte do cenário serão "dimensionados". Na maquete, eles não exsitem.
Não tenho regras a passar para minhas filhas que em si deem a elas a garantia de realização pessoal caso as cumpram
Por Erlon Rabelo Cordeiro
Naquele sábado de março de 2010 recebi inesperadamente a notícia de que seria pai. Desde a adolescência eu desejava ter filhos de modo que estranhei minha reação; eu não sabia o que fazer. Não se tratava de medo, isso veio depois e repetidas vezes, mas de repente tudo saíra do lugar. Depois de três lanches naquela tarde, esquecendo dos anteriores, e de achar que um segundo exame de confirmação do diagnóstico precisaria ser feito, passei a entender o que estava acontecendo e espalhei a notícia com felicidade.
E cada etapa foi passando. Fases da gravidez, de recém-nascida, de vacinas, de aprender a comer, a andar, a falar, a conviver, e a sensação da notícia da gravidez que achei deixar-me perdido passou a ser uma certeza. O que eu pensei que saberia fazer como pai era tudo enrolação e mentira criada por mim e para mim mesmo. Por mais que eu fizesse o que parecia ser o certo, ou pedagogicamente reconhecido, não funcionava. A criança que veio ao mundo sob minha reponsabilidade não aceitou fazer a parte dela no que diziam as teorias anciãs que me passaram.
E o que eu diria ou ensinaria a esta menina que fosse substancial ao lidar com o mundo? Não eram só as boas regras de criação que não funcionavam. De uma maneira geral as coisas não acontecem de modo linear, com causa e efeito estabelecidas claramente. Os bons nem sempre são felizes, uma religião quase nunca melhora um caráter, os mais inteligentes não ocupam os melhores espaços de decisão, mesmo que sigamos corretamente as leis isso não nos livrará das injustiças, e amar não é suficiente para ser correspondido. Diante da minha desconfiança crônica à sociedade capitalista que vivo, só me restou um conselho para minhas filhas; se um dia forem a show artístico a céu aberto e começar a chover, não se protejam embaixo do palco, pois a instalação elétrica nesse tipo de estrutura é sempre feita com gambiarra. Fora isso, eu não lembro de um conselho que eu tenha convicção que acredito.
Erlon e o Vale do São Francisco: Veio, gostou e ficou
A Folha da Cidade Online conta a partir de hoje com mais um ilustre colunista. Trata-se do cearense de Fortaleza professor Erlon Rabelo Cordeiro. Eleinicia sua participação com uma bela crônica sobre paternidade, às 15h.
Pai da Elisa e da Ana, que lhe dão o maior orgulho e lhe mostram a "necessidade contínua de tentar melhorar", Erlon Rabelo Cordeiro nasceu no Brasil da ditadura militar, em 1974, mas se identifica politicamente com as causas progressistas.
"Por questões de timidez ou incapacidade de socialização eu não milito em grupos de esquerda mas é seguramente na esquerda onde há a consideração e um olhar para todos, enquanto que a direita só se preocupa em atender aos objetivos de 5 ou 6% da população", afirma.
Parte do time de professores da Universidade Federal do Vale do São Francisco - Univasf, Erlon vive em Petrolina desde o final de 2006, quando assumiu a função de docente no curso de Engenharia Mecânica. Basicamente exerceu toda a sua carreira profissional como professor, começando em 2002 no Senai-CE, depois no IFCE, até ingressar na Univasf.
ELIOENAIS: Homônimos, pai e filho estão no alto comando da prefeitura de Cabrobó
O prefeito do município de Cabrobó, Elioenai Dias Santos Filho, também conhecido Galego de Nanai (Avante), nomeou no último dia 20/01, por meio da portaria nº 014/2022, o seu pai Elioenai Dias Santos para o cargo de secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente. Dias é professor (de Física e Química) da rede estadual aposentado e proprietário de uma escola de ensino regular na cidade.
A nomeação chamou atenção por várias razões. Uma delas é o fato do prefeito ter sido eleito baseado num discurso absolutamente contrário ao que chamava de "velha política". As falas de Galego de Nanai durante a campanha eleitoral criticavam antigos vícios da administração pública como o fisiologismo, apadrinhamento político e, obviamente, o nepotismo.
Outro ponto é a recente recomendação do Ministério Público (MPPE) que enviou no dia 5 de janeiro recomendação ao prefeito recomendando a adoção de medidas contra o nepotismos na prefeitura de Cabrobó.
No texto a 1ª Promotoria de Justiça é bem clara: "Os agentes públicos que integram a administração do município de Cabrobó devem exonerar, no prazo de 30 dias, todos os ocupantes de cargos comissionados ou funções de confiança que sejam cônjuges, companheiros, parentes consanguíneos ou afins até o terceiro grau do prefeito, vice-prefeito, secretários municipais e demais agentes públicos que exercem funções de chefia, direção e assessoramento.
Não temos o direito de entregar tudo nas mãos daqueles que lucram com a fome e a miséria. Precisamos sonhar e lutar por um mundo melhor
Por Helinando P. de Oliveira
Mais uma quarta-feira de trevas neste 31 de dezembro de 14 bilhões de anos a.C. no reino da poesia. Não há tempo nem espaço e a própria ciência ainda não nascera para descrever o que acontece na eternidade da escuridão. Já a poesia tudo pode. Até mesmo romper as barreiras do princípio e decidir se fica longe ou próxima da sua irmã caçula, a ciência. Diz a poesia que uma forma superior de existência assistia tudo aquilo em silêncio enquanto rascunhava em uma folha de guardanapo (em cinco dimensões) suas equações.
E do nada, Ele decidiu intervir. Pegou as suas escritas e arremessou no vazio – em um silêncio sepulcral – ele havia chegado, enfim, ao conjunto de equações que regiam tudo. Isto foi suficiente para gerar a maior de todas as explosões, que serviu, conta a poesia, para comemorar o nascimento do tempo, do espaço, das ciências e da luz. Daquele pedaço de papel rabiscado nasceram 17 bilhões de planetas (dos quais um deles é a Terra) e se puseram a viajar rumo ao desconhecido. Nossa Terra, essa jovem de 4,54 bilhões de anos passou a acumular vida, mais de dois milhões de espécies que conviviam em harmonia. Porém, muito recentemente, nosso pequeno ponto azul no quadro infinito da existência galáctica viu surgir o homo sapiens, que chegou há 200-300 mil anos. Com uma inteligência admirável ele se pôs de pé, dominou o fogo, a linguagem, as ferramentas e passou a mudar o planeta como nenhuma outra espécie ousara fazer.
Dona Dália: "A gente sente muita falta. Hoje não pode plantar mais nada lá"
A dor da pessoas que ainda hoje sofrem com os impactos do desastre-crime de Brumadinho é retratada na série “Vozes Atingidas - Relatos do Paraopeba!”, produzida pelo Nacab - Núcleo de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens.
Não há como não se emocionar com os depoimentos de gente como Dona Dália, agricultora da comunidade de Casa Nova, município de Fortuna de Minas, que passou quase toda a vida às margens do Paraopeba.
As águas do rio fizeram parte da sua construção como pessoa, de tradições de sua família. Hoje, restam saudades, tristeza e desalento. “Ficou tão triste que a gente nem voltou lá mais depois da tragédia”, lamenta.
Comunidades temem a contaminação com os rejeitos da mineradora
O rompimento da barragem de Córrego do Feijão, em Brumadinho, completa hoje (25) três anos. Estudos e depoimentos indicam que, desde o desastre-crime, as cheias do rio Paraopeba se intensificaram, possivelmente pela presença dos rejeitos de mineração, que permanecem no rio.
Muitas famílias e comunidades, impactadas pelo transbordamento, sofrem de maneira ampliada e contínua os danos decorrentes do desastre-crime.
Na região de Esmeraldas, foram atingidas pelas enchentes de janeiro as comunidades de Padre João, Vinháticos, Fazenda da Ponte, Vista Alegre, Riacho, São José, Cachoeirinha, Taquaras, que se encontram em estado de calamidade.
De acordo com dados do poder público e relatos de moradores das localidades, o rio alcançou elevação de 7 metros acima do nível considerado normal, ultrapassando em 1,5 a marca histórica registrada de 1997.
Marcelo da Silva confessou o brutal assassinato de Beatriz mas a motivação não convence
Após a Polícia Civil de Pernambuco ter apresentado no último dia 11 o nome do detento Marcelo da Silva como o autor do assassinato da menina Beatriz Mota, ocorrido há seis anos num colégio em Petrolina-PE, o mistério deste que é um dos homicídios mais brutais ocorridos no território de Pernambuco continua.
A comprovação da autoria do crime por meio de DNA e a consequente confissão do assassino em depoimento aos delegados da força tarefa que investiga o caso são um divisor de águas na conturbada investigação do crime, que até agora não foi devidamente elucidado. Há muito ceticismo sobre trechos importantes do depoimento de Marcelo, por se revelarem inconsistentes.
A motivação do crime, por exemplo, é frágil e de cara não convenceu os pais da menina Beatriz. Lucinha Mota, mãe da vítima, teve acesso ao depoimento completo e afirma não ter dúvidas de que Marcelo é o assassino, mas o motivo que ele alegou é uma peça de ficção.
Na confissão do crime o depoente contou que uma vez dentro do colégio fora beber água num dos bebedouros e ao ser visto com uma faca foi questionado por Beatriz Mota, que gritou. Para não ser descoberto Marcelo diz que resolveu "silenciá-la". Em outras palavras, matá-la (foram 42 facadas). As investigações já mostraram que no suposto local do crime não foram encontrados sinais de sangue.
"Ele está mentindo. Quando fala que reagiu porque Beatriz gritou, é mentira. Está se defendendo porque sabe que a pena pode ser aumentada se ele disser que foi ali para praticar um crime", afirma Lucinha Mota, acrescentando que, como mãe, sabe que sua filha jamais gritaria para denunciar alguém. "Ela nunca passou por nenhum momento de risco na vida dela; ela poderia ver uma pessoa armada e jamais iria perguntar a essa pessoa porque ela está armada", enfatizou.
Hoje (22), o presidente Jair Bolsonaro minimizou o número de mortes de crianças por Covid, criticou o governo Lula e falou em zerar imposto do diesel.
No dia seguinte ao enterro de sua mãe, Bolsonaro passou mais de uma hora conversando com jornalistas e moradores em Eldorado, interior de SP.
O presidente afirmou que as mortes de crianças pela Covid foram insignificantes. O número de crianças que foram vítimas da doença passa de 300. Ele também defendeu remédios sem eficácia contra o coronavírus.
"Feita a vontade de Elza Soares, ela cantou até o fim" (foto: Istoé)
Uma das maiores cantoras da música brasileira, Elza Soares morreu ontem (20) aos 91 anos. Apesar de estar se sentido bem nos últimos dias, tendo inclusive gravado um DVD no início da semana, seu estado de saúde apresentou alterações na quinta-feira.
Ela sentiu um forte cansaço, respiração ofegante e a fala ficou enrolada. Uma ambulância foi chamada, mas Elza não resistiu. Chegava ao fim uma vida marcada por tragédias e sofrimentos.
"Acho que vou morrer", dizia a artista.
Seu grande medo era morrer sofrendo, por doença. Isso não aconteceu, afirmam pessoas próximas à cantora. "Foi uma morte de causas naturais, sem traumas e sem sofrimento, sem motivo. Hoje ela simplesmente desligou", disse Pedro Loureiro, seu empresário.
Há exatamente 40 anos o dia 19 de janeiro caiu numa terça-feira. De férias estudantil, ainda adolescente, estava no Recife. Naquele início de tarde, ainda lembro que enquanto aguardava o almoço a então apresentadora do Jornal Hoje, Leda Nagle, abria o telejornal com a notícia da morte, aos 36 anos, de uma das maiores cantoras dos país: Elis Regina Carvalho Costa, “a pimentinha” como batizou Vinícius de Moraes. A cantora que saia muito jovem do Rio Grande do Sul levando na bagagem o sonho de conquistar o Brasil com sua voz, se retirava de cena poucas horas após tomar café da manhã com os três filhos crianças.
Naquele ano de 1982, o país se animava pela seleção na Copa do Mundo, e ainda transpirava na estrada estreita e torta dos anos de chumbo sob o comando dos militares que Elis tanto combateu chamando-os, anos antes, de “gorilas” em entrevista na Europa. Ao voltar teve de se explicar aos generais. Dois anos antes, sua voz invadia as rádios com a canção O bêbado e o equilibrista (João Bosco/Aldir Blanc), o hino da anistia que ela abraçou com garras afiadas engrossando o coro da luta pelo fim da censura ainda vigente e a reabertura política.
Até sua partida, conhecia pouco a trajetória da cantora senão as icônicas interpretações de Arrastão, Fascinação, Como nossos pais, Velha Roupa Colorida, Alô alô Marciano, Aprendendo a Jogar e Me deixas Louca. Passadas quatro décadas, o que dizer de Elis? Uma mulher baixinha que se agigantava no palco e sabia separar a artista da dona de casa. Ela pilotava a carreira e o fogão com maestria. Por sua liberdade e dos mais próximos, derrubava muros, labirintos e preconceitos.
"É necessário considerar que o monstro mostra alguma coisa do que nós somos"
Por Marcelo Silva de Souza Ribeiro
A Folha da Cidade ressurge renovada como num réveillon, que em francês significa, além de ceia de Natal ou Ano Novo, virada de ano, e “despertar” por extensão (tendo origem no verbo réveiller). Este jornal desperta de modo vigoroso e tendo alguns colaboradores entusiastas com a proposta, incluindo este colunista que vos escreve.
Nesta coluna, como um réveillon da Folha, trago a ideia do efeito monstro, ou melhor, o que o monstro mostra. Para uma parte significativa da população, a representação social do atual presidente da República tem qualquer coisa de monstro. Bem verdade que as representações são sempre múltiplas e assumo o recorte aqui dado.
A palavra monstro tem sua origem no latim monstrum, que significa objeto ou ser de caráter sobrenatural que anuncia a vontade dos deuses; aberração, aquilo que foge da ordem natural das coisas. O curioso é que a palavra mostrar, do latim monstrare é o infinitivo do verbo monstrum. A pergunta que se faz, portanto, é: o que o monstro mostra?
Sem alimentar visões dicotômicas que desvalorizam autocríticas e análises implicadas é necessário considerar que o monstro mostra alguma coisa do que nós somos, desvela um certo perfil da sociedade brasileira. E isso pode ser até paradoxal, uma vez que, apesar dessa representação social de um presidente como monstro, isso não retira a responsabilidade de todos nós acerca da condição ou representação monstro. Tenho defendido, nesse sentido, que a representação social é sempre da ordem da relação e da intencionalidade.
Marcelo Ribeiro é professor da Univasf (Foto: arquivo pessoal)
Nossas boas-vindas ao professor e psicólogo Marcelo Silva de Souza Ribeiro. Ele começa hoje sua participação como mais um membro do time de colunistas da Folha da Cidade Online.
Graduado em Psicologia e doutor em Ciências da Educação, Marcelo é professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e editor da Revasf - Revista de Educação do Vale do São Francisco.
Um soteropolitano que cresceu adorando o mar, as pescarias e o contato com a natureza. Por ter vivido reveses familiares, afirma ter desenvolvido a resiliência e a apreciação das alteridades.
Do seu pai herdou a generosidade e de sua mãe a solicitude. Talvez tudo isso o tenha influenciado a fazer Psicologia.
Andanças - Aos 17 anos Marcelo rumou a Maceió-AL para fazer a sua graduação e daí em diante se tornou cidadão do mundo. Na volta a Salvador encontrou sua atual esposa, uma sertaneja de Remanso-BA.
Nos idos 2000 e em 2006 “Bebe da água do Velho Chico”, quando assenta morada em Juazeiro da Bahia, trocando sua clínica na capital baiana e seu posto de professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) pela carreira docente na Univasf.
Agora à beira do Velho Chico e completamente imanado pelas forças do Sertão, enriquece sua formação enquanto psicólogo, aprendendo com a simplicidade do povo, em contato com as suas reais necessidades, ainda que marcadas pelas contradições histórico-culturais das desigualdades.
Beneficiados do MST na chegada dos alimentos, no Mato Grosso do Sul (Foto MST-MS)
No Brasil castigado pela fome o MST - Movimento Sem Terra dá exemplo de solidariedade com distribuição de mais de um milhão de refeições e 6 mil toneladas de alimentos durante o período da pandemia.
Os números foram contabilizados recentemente, com a conclusão da campanha Natal Sem Fome, que atendeu 250 mil pessoas com marmitas solidárias e ceias especiais natalinas em 24 estados do Brasil.
Na campanha do natal foram mais de mil toneladas de alimentos doados, em sua maioria compostas por produtos de assentamentos e acampamentos do MST, beneficiando cerca de 50 mil famílias.
Sem contar as mais de 30 mil marmitas e ceias especiais natalinas que contribuíram no combate à fome em aldeias indígenas e comunidades periféricas, urbanas e rurais.
A organização do MST impressiona. Com 37 anos de experiência, o movimento montou uma eficiente rede de distribuição a partir da produção de alimentos das agricultoras e agricultores em quintais produtivos, hortas e roçados solidários.
O primeiro contato entre um pré-adolescente nascido na segunda metade dos anos 70 do último século e os Beatles, por ironia do destino, pode ter ocorrido durante um programa de TV. As imagens da última apresentação ao vivo da banda, no palco improvisado sobre o edifício da gravadora, foram mostrados por uma pretensa revista semanal televisiva, em uma época na qual isso ainda era possível - já que os canais de tv agora se parecem tanto com os diários e hebdomadários impressos em sangue e fofocas. Nessa época, provavelmente, o aparelho televisor de casa ainda era sem cores, e também sem aquela infame tela azul, costumeiramente colocada à frente das telas para fazer simulacro de colorização; apenas para destacar que já há tanto tempo entre o ontem e o hoje e os detalhes carecem de precisão, mas não de verdade. Confesso: mesmo ainda menino, acostumado a ouvir sons diversos (alguns mais pesados, influenciados pelo irmão um pouco mais velho), não fiquei tão entusiasmado com aquela banda de quatro sujeitos brancos tremendo de frio sobre um telhado, acompanhandos por um notável pianista negro, que se tornou um pouco o meu herói musical naquela época.
Billy Preston (1946-2006) é o herói em questão, mesmo tendo escrito o verso “I’m not trying to be your hero” na canção “Nothing for Nothing'', um de seus muitos e esquecidos sucessos. Houvesse as facilidades e distrações da vida moderna naquela época, tais como comunicação instantânea, computadores e telefones móveis “inteligentes”, bem capaz que eu descobrisse ainda mais proezas daquele sujeito talentoso, que ainda menino com menos de uma década, participou de um dueto na mesma TV (mas não a minha) com a lenda Nat King Cole. Preston também é o responsável por uma inspirada versão de “My Sweet Lord” (música que só ganhou um clipe recentemente, 50 anos após seu nascimento), no espetáculo Concert for George ocorrido em 29 de novembro de 2002, em um palco que se tornou uma constelação de estrelas homenageando o, naquele momento, há um ano ausente, George Harrison. Concorde ou não em relação à qualidade da versão dando uma olhada no seu registro em vídeo.
A mais recente imersão no universo da banda ocorreu após a série “Get Back” no serviço Disney+ (aliás, obrigado MercadoPago: pela assinatura gratuita do combo Disney+/Star+ e pelos 50% de desconto no serviço HBO Max). Muito mais do que um mero documentário, tão incensado pelas revistas semanais - que aparentemente tornaram-se programas de TV. O programa é um verdadeiro documento histórico. Graças ao diretor Peter Jackson (1961) com crédito às imagens captadas sob a direção (e sobre a atuação) de Michael Lindsay-Hogg (1940), as quase oito horas de programa, dividido em três partes, esclarecem muitos dos mitos que cercavam aquela que seria a última reunião de George, John, Paul e Ringo como a banda que, de muitos modos distintos, influenciou não apenas a música popular, mas também moda e comportamento no mundo todo.
Segundo a revista Rolling Stone, Jackson teria defendido o tempo de duração de sua edição das filmagens. “Senti intensamente - e esta é a parte de fã dos Beatles em mim começando: 'Qualquer coisa que não incluir neste filme pode voltar para o cofre por mais 50 anos.' Estava vendo e ouvindo esses momentos incríveis. Eu pensei: 'Deus, as pessoas têm que ver isso. Isso é ótimo. Eles têm que ver isso'.” Na mesma edição, a revista cita uma declaração emocionante de Julian Lennon, primogênito de John Lennon: "O filme me fez amar meu pai de novo, de uma forma que não consigo descrever totalmente. Obrigada por todos que ajudaram a realizar esse projeto. [É de] transformar a vida".
Em Get Back, por exemplo, é possível saborear o processo de criação e amadurecimento da banda inquieta, que, contraditoriamente, se fragmentava exatamente por não querer fazer mais do mesmo. Processo de criação, por exemplo, no caso de Paul e a canção que dá nome à série, “Get Back”
F. H. Carvalho, entre Petrolina e Juazeiro Foto: Cláudio Angelim
Apertem os cintos para uma viagem ao centro do mundo. O capixaba Fábio Henrique Carvalho vai explorar no seu primeiro texto para a Folha da Cidade o impressionante documentário The Beatles: Get Back, que mostra como foram os últimos dias da banda mais icônica de todos os tempos.
É com essa pegada que F. H. Carvalho começa a coluna Paralelas aqui na Folha. A postagem acontecerá hoje às 17h, um horário carinhosamente pensado para homenagear os fins de tarde etílicos e inspiradores do ilustre escritor.
F. H. é matemático e professor da Univasf desde 2004, mas já lecionava desde 1995 em Vitória-ES para estudantes do ensino fundamental e médio. Atuou também em cursos pré-vestibulares, faculdades e na Universidade Federal do Espírito Santo, onde se graduou e concluiu especialização. O seu mestrado foi defendido em Maceió-AL.
Radicado no Vale do São Francisco desde 2004, atualmente em Juazeiro-BA, publicou recentemente o excelente Ética Demonstrada à Maneira dos Canalhas - editora Viseu, romance lançado em meio às limitações impostas pela pandemia do covid-19.