Não bastasse o abandono de animais domésticos nas ruas de Cabrobó, onde cães e gatos são habitualmente abandonados, a prática de maus tratos contra esses animais são constantes, e o que é pior, sem que ocorra denúncia e consequente punição.
O problema foi levantado pela estudante do curso de Veterinária, Bianca Rodrigues, voluntária da Apac (Associação dos Protetores de Animais de Cabrobó), organização que atua no resgate e cuidados de animais de rua na cidade.
Segundo a jovem, há vários casos de tortura mas a maioria das pessoas que testemunham essas ocorrências preferem se omitir a comunicar à Polícia, pelo fato dos agressores serem em geral parentes, vizinhos, amigos ou simplesmente conhecidos.
Numa de suas ações de resgate, Bianca encontrou uma pequena cadela de aproximadamente dois meses de vida em situação de sofrimento e dor causados por óleo quente, jogado por alguém.
"Quando encontrei a cadelinha fui comunicada que ela estava sofrendo há cerca de cinco dias, devido a um ferimento muito profundo nas costas", relata.
Bianca fez os primeiros socorros e levou a cadela filhote para a clínica Veterinária Love Pet, onde o animal foi tratado e conseguiu sobreviver. Atualmente está sob a tutela da estudante, que procura uma adoção responsável para o pequeno animal. As feridas já estão sarando e a cicatriz mostra o tamanho da violência sofrida.
"São muitos casos. Infelizmente, a cultura de maus tratos contra animais persiste em Cabrobó. Não se trata da maioria das pessoas, mas os poucos que fazem essa maldade causam um grande estrago e continuarão fazendo se as pessoas que presenciam esses crimes continuarem coniventes", lamentou a estudante.
A Apac conta com voluntários para resgate, primeiros socorros e cuidados com animais em vulnerabilidade, mas as dificuldades de operacionalização são muitas. Faltam recursos para custear os procedimentos veterinários e medicação. "Sempre estamos fazendo campanha de arrecadação financeira para cobrir essas despesas mas nunca é o suficiente", disse Bianca.
A diretoria da Apac vai legalizar a entidade ainda este mês, para que as ações sejam otimizadas com a captação de recursos públicos e privados.
Uma reunião com o prefeito Galego de Nanai está marcada para terça-feira (11) e a expectativa da associação é que a prefeitura possa entrar com aporte financeiro necessário para uma campanha de castração de animais em Cabrobó, entre outras ações.
Até lá a Apac segue mesmo com dificuldade, salvando animais e diminuindo o sofrimento dessas criaturas inocentes e inofensivas.
Na próxima reportagem sobre o tema, a Folha da Cidade falará sobre o trabalho da Apac e como ela pretende melhorar a atuação na defesa dos animais de rua do município.
Maus-tratos e abandono de animais são crimes no Brasil desde 1998. Impressiona a grande quantidade deles abandonados e vítimas de violência em praticamente todas as cidades do Brasil.
ResponderExcluirEles são seres sensíveis e que merecem todo o nosso respeito. Proteger e cuidar desses seres tão vulneráveis nos tornam mais humanos/as.
Fiquei surpresa com a quantidade de cães e gatos em estado lastimável que encontrei em Cabrobó.