QUANDO TAPUMES E PAREDÕES ROUBAM A CENA NO CENTRO DE CABROBÓ

Tapumes até que são necessários, mas vieram na hora errada ao centro de Cabrobó: Na noite de Ano Novo eles fizeram o favor de expulsar as pessoas da praça João Pires da Silva

As noites de Natal e Ano Novo, tradicionalmente, trazem milhares de pessoas para o centro de Cabrobó.

Nestes dois momentos, a rua é literalmente do povo. Trata-se de um lazer gratuito onde todos se encontram, não importa de qual local da cidade ou da área rural sejam oriundos, nem a condição social de cada um.

Neste contexto, é fácil constatar, lamentavelmente, a ausência de sensibilidade do poder público
municipal, que insiste em não promover sequer uma festa popular na virada do ano no centro de Cabrobó. Como ocorre em muitas cidades.

Se o problema é a falta de recursos, pode-se resolver contratando atrações locai, até como forma de incentivar os artistas da terra. O importante é oferecer algo ao povo, que está ali, sedento por algum show, algo que preencha a noite adentro.

Mas, nada.

Para piorar a situação, a prefeitura planejou mal o período da obra de reconstrução das praças da avenida João Pires da Silva. Durante as noites de Natal e Ano Novo elas ficaram literalmente cercadas por tapumes, totalmente inacessíveis à pessoas, por conta da reconstrução do piso da praça.

O povo ficou impossibilitado de circular no local durante noite de ano novo. E o tradicional e delicioso espaço onde todo mundo batia papo, namorava, tirava selfies, enfim, curtia a noite de Cabrobó, ficou isolado.

FUGA

Sem muitas opções, onde passar a noite acordado? Os jovens que tem seus automóveis com equipamentos de som absurdamente potentes, migraram para a praça João Freire de Carvalho.

Lá, como num desabafo, danaram-se a ouvir deliberadamente o que saía dos infames paredões.

Divertido demais para quem participava, mas um tanto quanto desagradável para quem passou por perto e absolutamente deplorável para a maioria dos moradores da redondeza, que não conseguiram dormir ante um barulho tão arrasador.

Resumo da ópera: Nada de shows para o povão que tanto gosta de vir ao centro nesta data. E nada de praças para a galera papear.

Convenhamos que os jovens dos paredões merecem um desconto, afinal, não havia outras alternativas. Sem nenhum show promovido pela prefeitura, cada um fez (individualmente), o que pôde.

Quem sabe no próximo ano tudo se ajeita.