COM OU SEM PAINÉIS? POLÊMICA ENTRE CATÓLICOS VAI PARAR NO BISPO

Católicos fizeram abaixo-assinado para impedir retirada dos painéis da igreja

Uma reforma na Igreja da Sagrada Família, no centro de Cabrobó, causou polêmica nas redes sociais, depois que o pároco de Cabrobó, Pe. Cleber Pereira, retirou as imagens de mosaico da sagrada família, localizados no alto da parede que fica atrás do altar.

Não demorou muito e vários católicos começaram a reclamar, se posicionando contra a retirada dos painéis.

A ex-diretora municipal de Cultura, Sônia Novaes, deixou o seguinte recado no seu perfil do Facebook: “Estou muito revoltada. O padre Cléber tirou os dois painéis da igreja da Sagrada Família. Não ouviu ninguém, nem o Conselho Paroquial. Ele pode ser o pároco, mas não é o dono. Vamos nos reunir para fazer um protesto”, reclamou, sendo apoiada por várias pessoas que também demonstraram indignação.

Outras reclamações se multiplicaram e logo foi criada uma petição on line, colhendo assinaturas para impedir a tal reforma.

Os filhos e a viúva do ex-padre de Cabrobó Pedro Knappe, que foi responsável pela construção da igreja na década de 60, também lamentaram a situação e, de Recife, interagiram  com outros internautas em defesa da preservação das imagens.


“Esses painéis fazem parte da história da Igreja, de sua construção e de todo o povo de Cabrobó! Vieram da Alemanha e são uma verdadeira obra de arte. Quase 50 anos não podem ser apagados assim”, relatou a odontóloga Zita Kanappe, viúva de Pedro.

Católicos de um lado e de outro pareciam dispostos a debater o assunto. A professora Fredielma Santos, que reside em Cabrobó, defendeu a iniciativa o padre.

“Não me representa enquanto comunidade cristã pessoas que se dizem revoltadas com a retirada do mosaico e que falam em nome de toda a comunidade, enquanto se trata de um grupo de pessoas e não da comunidade, que fique bem claro isso. Padre Cleber não tomou esta decisão sem comunicar a ninguém”, retrucou em sua página, também recebendo apoio de católicos favoráveis à mudança.

O padre Cleber também entrou na onda da internet e mandou uma nota publicada nas redes sociais: “A Sagrada Família é uma capela, ela não é matriz, Todas as capelas, segundo as orientações da igreja, devem ter também, se for possível, a imagem de seu padroeiro. Serão quatro oratórios, um para a Sagrada Família, um para Nossa Senhora da Conceição, um para Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e outro para o Sagrado Coração de Jesus. Jesus Cristo é o centro de nossa vidas. Então, você ao chegar na Igreja da Sagrada Família, logo irá se deparar com o Cristo cruxificado. O antigo mosaico foi retirado e será restaurado e colocado no cento pastoral, com muito amor e carinho.” 

ENFIM, UM ACORDO

Uma comissão formada por Alba Lúcia, Sônia Novaes, Paulo Teógenes, José Alves e Fátima Knappe, esta última, filha do ex-Padre Pedro, entregou um relatório à diocese de Salgueiro, explicando as razões para a não retirada dos painéis. 

Segundo Paulo Teógens, um dos principais problemas foi a falta de comunicação do pároco com a comunidade de uma forma mais ampla.

Após analisar os dois lados (o padre também entregou um relatório à diocese), o bispo Dom Magnus Henrique, absolutamente decidido a por um fim na discussão, chamou o Pe. Cléber e Paulo Teógens, que representou a comissão, e ali se decidiu que a situação seria resolvida com a contratação de uma arquiteta especializada em obras de templos religiosos.

De acordo com as informações de Paulo Teógens, a profissional fará um projeto em que os painéis da Sagrada Família serão novamente incluídos na igreja. A proposta será apresentada à comunidade.

Parece o fim da polêmica. Pelo menos por enquanto.