OPOSIÇÃO AGORA TEM MAIORIA NA CÂMARA DE CABROBÓ. SÃO SETE VEREADORES CONTRA CINCO

Vereadores da oposição na posse da nova mesa diretora - FOTO: ANARKFACE NOTÍCIAS

O prefeito de Cabrobó, Auricélio Torres (PSB), iniciou seu atual mandato com onze vereadores na base aliada. Agora, começa 2015 com apenas cinco.

Zezito Salu (PDT), Marcos de Neuma (PSB) e Duda Caldas (PTB) mudaram de lado e agora são da oposição.

A gota d’água do rompimento, que já vinha se desenhando há alguns meses, foi a votação dos três pela aprovação de um Projeto de Lei apresentado pelo vereador da oposição Ramsés Sobreira (PSB) que destinaria 2% do orçamento anual da prefeitura para emendas parlamentares.

Segundo a proposta, cada vereador poderia indicar até 100.000 reais por ano para ações de escolha própria, o que forçaria o prefeito a compartilhar as decisões das execuções orçamentárias.

De forme veementemente contrária ao projeto, Auricélio mandou a base aliada rejeitá-lo, mas não foi atendido pelo três ”rebeldes”. O texto teve sete votos a favor e cinco contra e só não foi aprovado porque necessitava de uma maioria de 2/3 dos votos.

Em represália, o prefeito passou a tratar Marcos, Zezito e Duda como oposicionistas. Na verdade, o clima já estava tenso entre as partes lá atrás, desde que a dupla Zezito e Marcos foi foi contrária à chapa da situação na eleição da mesa diretora. Os dois se uniram à oposição e formaram uma chapa (vencedora), com Zezito presidente e Marcos vice. O restante da mesa foi composto pelos oposicionistas Barná Russo (PSD/primeiro secretário) e Paulo Gonçalves (PT/segundo secretário). Foi um golpe para Auricélio, que reconheceu publicamente a derrota e chamou os dois vereadores de “sem confiança”.

Outro viés imposto pela oposição ao prefeito foi a votação do projeto que modificou o texto da Lei Orçametária Anual (LOA). Os vereadores da oposição, juntamente com os “rebeldes”, tiraram o poder do prefeito remanejar, de acordo com sua vontade, até 40% do orçamento do Executivo.

Trocando em miúdos, a administração municipal terá que se planejar mais para evitar despesas improvisadas durante o ano e gastar de acordo com o que foi estabelecido para cada secretaria.

Do contrário, terá que pedir autorização à Câmara, através de projetos de suplementação e remanejamento de recursos.

A oposição comemorou a nova maioria na Casa, o que não significa necessariamente que o quadro está definido. O ano está apenas começando e não será surpresa se, nos próximos meses, o prefeito conseguir de volta um ou mais vereadores que perdeu.