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11/03/2014

Acusados da morte do índio Mozeni são condenados a 30 anos de prisão

O índio truká Mozeni e sua foto da campanha para vereador: Sonho interrompido

Depois de cinco anos de espera, chegou ao fim o processo do brutal assassinato do líder indígena truká Mozeni Araújo. Os réus Maurício Ricardo Alexandre da Silva, Antônio Gonçalves da Silva, João Paulo dos Santos Filho e Jociel Jacinto da Silva (foragido) foram condenados cada um a 30 anos de prisão por homicídio qualificado.

Segundo a sentença, “o crime foi cometido por motivo fútil, para assegurar a ocultação ou impunidade de outro crime”. Os condenados iniciarão o cumprimento das penas em regime fechado, na Penitenciária Dr. Edvaldo Gomes, em Petrolina, sem direito de recorrer em liberdade.

O crime deixou a população de Cabrobó chocada, comovida e em silêncio. Por volta das 17h30 do dia 23 de agosto de 2008, na presença de várias pessoas, em frente ao comitê de campanha da vítima, o agricultor Maurício Ricardo se aproximou e atirou à queima-roupa contra Mozeni, sendo capturado logo em seguida.

As investigações levaram a Polícia Civil a Antônio Gonçalves da Silva e João Paulo dos Santos Filho (capturados em 1º/10/2008), e Jociel Jacinto da Silva. Os três haviam planejado a morte de Mozeni e contratado Maurício Ricardo para a execução.

O julgamento, ocorrido no último dia 17 de fevereiro, não foi realizado na Comarca de Cabrobó, mas na Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Petrolina, com um Conselho de Sentença formado por pessoas daquela cidade. A sessão durou nove horas e foi presidida pelo juiz Rafael Cavalcanti Lemos, tendo como representantes do Ministério Público os promotores Júlio César Soares Lira e Júlio César Cavalcanti Elihimas. Os advogados de defesa foram Sizenando Freire da Silva Filho, Henrique Marcula Lima e Danilo Rodrigues Pereira.

Mozeni Araújo de Sá era uma das principais lideranças truká e um dos candidatos favoritos a vereador em 2008. Filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), ele estava em seu melhor momento político, com um leque importante de apoio, tanto na Ilha da Assunção, onde vivem os truká, quanto na área urbana de Cabrobó. Araújo atuava na organização dos índios e era um dos principais articuladores de ações junto aos órgãos dos governos federal, estadual e municipal.

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