30/09/2013
Origem das famílias de Cabrobó - Parte I: Introdução
Por Teca Simões, especial para a Folha da Cidade
Algumas pessoas tem o interesse de remontar a sua árvore genealógica ou conhecer as origens da família que lhe deu sobrenome. Talvez, observando algumas características do próprio sobrenome, elas possam descobrir um pouco da história que se esconde por detrás da nomeclatura. Afinal de contas, o importante é saber que a ausência desses “auxiliares” nos tornaria apenas mais um entre os demais.
Até por volta do século XII, os europeus tinham o costume de dar apenas um nome para os seus descendentes. Nessa época, talvez pelo próprio isolamento da sociedade feudal, as pessoas não tinham a preocupação ou necessidade de cunharem outro nome ou sobrenome para distinguir um indivíduo dos demais. Contudo, na medida em que as populações aumentavam e as sociedades se tornavam mais complexas, a possibilidade de conhecer pessoas com um mesmo nome poderia causar muita confusão. Daí a origem dos sobrenomes, quase sempre derivados dos locais geográficos de origens das famílias, além de sobrenomes em homenagens as árvores e animais.
Segundo a historiadora Djalmira de Sá Almeida, a maioria das famílias que participou da colonização do nordeste brasileiro saiu de Portugal, mesmo que muitas delas não tivessem origem portuguesa. Algumas dessas eram consideradas de ascendência nobres. Outras pertenciam a grupos invasores, religiosos, catequizadores, cristãos novos (judeus obrigados a se converter ao catolicismo) e camponeses de diversos pontos da Ásia, África, Índia e da própria Europa que emigraram para Portugal e Espanha.
O nome dessas famílias está quase sempre associado a uma origem toponímica, ou seja, a uma região ou local de onde saíram. Isto não significa que sejam realmente originárias daquele lugar, uma vez que grande parte dos que emigravam eram degredados, religiosos e militares. Muitos cruzaram o Atlântico durante anos e séculos, trazendo famílias em busca da terra prometida. Há algumas, cujos sobrenomes são classificados como patronímico, ou seja, derivado do nome próprio do fundador da família.
Além de Portugal, vieram também, consentidas pelo colonizador português, famílias de origens inglesa, francesa, holandesa, além de italiana, alemã, austríaca e árabe. Constata-se que as famílias que aqui chegavam precisavam apresentar símbolos das ocupações e documento comprovando ser católicos e estar a serviço da coroa portuguesa para serem bem atendidas na distribuição e arrendamento das terras pelos administradores reais. As famílias que vinham por iniciativa própria e não dependiam da coroa portuguesa deviam apresentar carta real de apresentação ou brasão e escudo de armas de outros países, quando não tivessem origem portuguesa.
Em sua grande maioria sem origem na nobreza, as famílias de colonos tinham brasão e escudo de família que conseguiram prestando serviços ao reino de Portugal ou por descendência bastarda (filhos fora do casamento) de fidalgos que frequentavam a corte.
Muitas famílias do sertão são descendentes de 38 famílias de origem portuguesa que no século XVIII ocuparam a área da Grande Fazenda Panela D’Água (atual Carnaubeira da Penha), região entre chapadas do Vale do rio São Francisco. Eram famílias de pequenos agricultores e camponeses de áreas ribeirinhas, acostumados à pecuária, ao plantio e colheita em várzeas e margens dos rios, em Portugal. Em ordem alfabética as 38 famílias: Aguiar, Alencar, Almeida, Alves, Araújo, Barros, Brandão, Brito, Campos, Carvalho, Coelho, Cruz, Ferreira, Fernandes, Fonseca, Gomes, Gonçalves, Lima, Lira, Lustosa, Machado, Magalhães, Matos, Melo, Mendonça, Menezes, Medeiros, Miranda, Neves, Nogueira, Novais, Sá, Sampaio, Soares, Silva, Silveira, Torres, Uchôa.
Essas famílias foram se mesclando entre si e com outras que já estavam aqui como D’Ávila, Andrade, Agra, Diniz, Costa, Lopes, Pires, Rodrigues. Posteriormente, se juntaram a outras famílias provenientes de outras regiões brasileiras e de outros países, além de Portugal, como Cantarelli, Caribé, Cavalcanti, Ferraz, Freire, Marques, Ramalho, Roriz, Trapiá, as quais se tornaram proprietárias de grandes fazendas remanescentes de antigas sesmarias.
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Seria interessante colocar a fonte da pesquisa não somente o pesquisador. Para podermos apreciar a obra como um todo e compreender melhor o trabalho do mesmo.
ResponderExcluirAs fontes são citadas no final do texto de três páginas, na edição impressa da Folha da Cidade de setembro/nº 56. A versão digital será publicada gratuitamente para os leitores do blog,em breve.
ExcluirAqui no blog, o texto de Teca Simões será dividido em cinco partes, com publicação diária. As fontes seriam publicada na última parte, mas, diante de sua solicitação, podemos adiantar com prazer.
São as seguintes:
História de Parnamirim - Djalmira de Sá Almeida; Genealogia Famílias Belemitas - Marlindo Pires e Fundarpe
Abraços,
Cláudio Angelim - editor
Miguel está certo,precisa saber as fontes,se é verdade,até porque isso é assunto de jornal que não tem o que publicar,vão procurar noticias recentes,e nao antigas,quem vive de antiguidade é museu.
ResponderExcluirSinto muito por sua ignorância, Anônimo. Deu para ver que você não está entendendo nada e entrou aqui para trollar.
ExcluirO blog que você procura não é o da Folha da Cidade.
Procure sua turma..
Cláudio Angelim - editor
ai anonimo otário podia dormir sem essa
ExcluirCláudio, esttá na cara que esse anônimo que fez a crítica não sabe nem o que criticar, note que ele só quis atingir você e procura assunto, coitado (deve ser o mesmo que está atacando a Folha da Cidade no Cabrobó Vip). Ele é tão covarde que além de não se identificar não sabe nem formular a crítica pois pegou um assunto que Cabrobó inteiro adorou, que foi esse sobre a origem das famílias, nós lemos o texto completo aqui na escola, está extraordinário, parabéns a Teca e a equipe da Folha da Cidade.
ExcluirAnônimo, você pensa que os leitores da folha da cidade são burros? Vai estudar rapaz.
Excluiré um troll mesmo. mas o ignorante acho que nem sabe o que é troll, kkkkkk.
Excluirkkkkkkkkk... A Folha da Cidade fez uma ótima reportagem sobre os vereadores que ficaram do lado do poder e o presidente da Câmara se doeu... Agora surgem essas críticas descabidas a Folha da Cidade... hummmm porque será hem??? kkkkkk.
ResponderExcluirParabéns, folha da cidade, cada vez melhor..., Cabrobó agradece.
Congratulações à Folha da Cidade e à articulista Terezinha pelo excelente texto.
ResponderExcluirProf. Marinaldo - Petrolina
É, ainda precisamos conviver com pessoas sem o mínimo de cultura em nossa sociedade. A pessoa vir criticar uma matéria desse nível e de trabalho tão valioso a todos os cabroboenses, é o fim!
ResponderExcluirGOSTEI DA IDEIA DE COLOCAR AQUI AS NOSSAS RAÍZES GENEALÓGICAS!
ResponderExcluirSENTI FALTA DA FAMÍLIA SOUZA !SE FOSSE POSSÍVEL ESCLARECER O POR QUE ..POIS SOU CARVALHO DE SOUZA...
GRANDE ABRAÇO .
Caro Domingos,
ExcluirAs famílias Carvalho e Souza, assim como muitas outras, são mencionadas na segunda parte do artigo, que será publicada amanhã (02/10).
Abraços.
Cláudio Angelim - editor
OLA BOA TARDE!
ResponderExcluirASSUNTO MUITO BEM ABORDADO !DESCULPE SE EU ESTIVER SENDO INCONVENIENTE MAS SENTI FALTA AQUI DA FAMÍLIA SOUZA ...
SOU CARVALHO DE SOUZA ...
GRANDE ABRAÇO...PARABÉNS PELA INICIATIVA.
Caro Domingos, obrigado.
ExcluirAs famílias Carvalho e Souza, assim como muitas outras, são mencionadas na segunda parte do artigo, que será publicada amanhã (02/10).
Abraços.
Cláudio Angelim - editor
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Eu li o texto completo no jornal. Ficou ótimo, parabéns professora Teca.
ResponderExcluirParabéns Teca. Seu artigo ficou maravilhoso.
ResponderExcluirParabéns Teca, seu artigo ficou maravilhoso. Vou acompanhar sua produção. Um monte de abraços para você e Claudio Angelim, o editor. Djalmira.
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