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25/07/2013

Abusos contra crianças e adolescentes preocupam autoridades em Cabrobó

Em maio, uma passeata pediu o fim da exploração sexual de crianças e adolescentes
Dados do CREAS (Centro de Referência em Assistência Social) apontam que a cada mês duas crianças são vítimas de abuso e exploração sexual em Cabrobó. Esses números representam 70% das ocorrências, pois muitos casos não chegam ao conhecimento das autoridades.

De acordo com especialistas, os molestadores são, em sua maioria, pessoas próximas, da confiança da família, como avós, pais, padrastos, tios e amigos. Os abusos independem de classe social.

Em outros casos, meninas com menos de 14 anos são induzidas pelo namorado adulto à prática de sexo, por meio de promessas de casamentos ou pedidos de “prova de amor”. Tais situações são em geral aceitas pela sociedade, que acaba, inclusive, jogando a culpa na própria vítima. Mas a lei é clara: o ato é considerado “estupro de vulnerável” (art. 217-A da Constituição Federal), com pena de oito a quinze anos de reclusão.

Para o capitão Jacinto de Oliveira, da 2ª Companhia Independente da Polícia Militar/PE, a cultura machista é uma dos principais atenuantes para a impunidade. “Na região há uma tradição histórica do machismo, coronelismo e a hipocrisia, que fazem os atos da figura masculina serem tratados com normalidade”, analisa.

Há, ainda, outros tipos de violência contra crianças: abuso sexual, negligência e abandono, alienação parental, violência doméstica e trabalho infantil. Muitos desses casos acabam contribuindo para que as vítimas ingressem no mundo das drogas, explicam os profissionais do CREAS/Cabrobó, que acompanham 15 crianças e adolescentes vítimas do crack.

ACOLHIMENTO - Quando há denúncia, as crianças que sofrem abuso são encaminhadas para área de saúde, onde recebem ajuda psicossocial e passam a frequentar o Serviço de Convivência. Lá elas participam de atividades culturais e esportivas, rodas de conversas e trabalhos de inserção social a fim de sejam amenizados os traumas sofridos.

Em 2013, sete casos de abuso foram julgados e condenados em Cabrobó, com aplicação de penas em regime fechado.

Outros fatores, como a violência doméstica, sexualidade precoce, mídia abusiva e erotização das músicas contemporâneas, também são classificadas como fontes principiantes de abusos “permitidos” no dia-a-dia de crianças e adolescentes, apontam os técnicos do CREAS.

Veja mais sobre esse assunto na edição impressa da Folha da Cidade nº 55 (julho/2013)

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