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Em maio, uma passeata pediu o fim da exploração sexual de crianças e adolescentes |
De acordo com especialistas, os molestadores são, em sua maioria, pessoas próximas, da confiança da família, como avós, pais, padrastos, tios e amigos. Os abusos independem de classe social.
Em outros casos, meninas com menos de 14 anos são induzidas pelo namorado adulto à prática de sexo, por meio de promessas de casamentos ou pedidos de “prova de amor”. Tais situações são em geral aceitas pela sociedade, que acaba, inclusive, jogando a culpa na própria vítima. Mas a lei é clara: o ato é considerado “estupro de vulnerável” (art. 217-A da Constituição Federal), com pena de oito a quinze anos de reclusão.
Para o capitão Jacinto de Oliveira, da 2ª Companhia Independente da Polícia Militar/PE, a cultura machista é uma dos principais atenuantes para a impunidade. “Na região há uma tradição histórica do machismo, coronelismo e a hipocrisia, que fazem os atos da figura masculina serem tratados com normalidade”, analisa.
Há, ainda, outros tipos de violência contra crianças: abuso sexual, negligência e abandono, alienação parental, violência doméstica e trabalho infantil. Muitos desses casos acabam contribuindo para que as vítimas ingressem no mundo das drogas, explicam os profissionais do CREAS/Cabrobó, que acompanham 15 crianças e adolescentes vítimas do crack.
ACOLHIMENTO - Quando há denúncia, as crianças que sofrem abuso são encaminhadas para área de saúde, onde recebem ajuda psicossocial e passam a frequentar o Serviço de Convivência. Lá elas participam de atividades culturais e esportivas, rodas de conversas e trabalhos de inserção social a fim de sejam amenizados os traumas sofridos.
Em 2013, sete casos de abuso foram julgados e condenados em Cabrobó, com aplicação de penas em regime fechado.
Outros fatores, como a violência doméstica, sexualidade precoce, mídia abusiva e erotização das músicas contemporâneas, também são classificadas como fontes principiantes de abusos “permitidos” no dia-a-dia de crianças e adolescentes, apontam os técnicos do CREAS.
Veja mais sobre esse assunto na edição impressa da Folha da Cidade nº 55 (julho/2013)
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